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Prolapso da válvula mitral: entenda condição cardíaca de João Carreiro - Luziânia

Prolapso da válvula mitral: entenda condição cardíaca de João Carreiro

Sertanejo não resistiu a uma cirurgia para colocar uma válvula no coração e morreu na noite de quarta-feira (3).

O cantor João Carreiro, que morreu na quarta-feira (3) em Campo Grande (MS) aos 41 anos, tinha uma condição cardíaca chamada de prolapso da válvula mitral (PVM), segundo confirmou o empresário do sertanejo ao g1MS.

Ele não resistiu à cirurgia para inserção de uma válvula cardíaca. De acordo com o médico Jandir Gomes, diretor do hospital onde o cantor fez a cirurgia, a morte foi uma “fatalidade”: “Infelizmente, o João entrou pra estatística de cerca de 3% de pacientes que morrem em cirurgias cardíacas”, disse.

Abaixo, entenda o que é essa condição cardíacaquais os sintomas mais comuns e as opções terapêuticas disponíveis para tratamento.

1. O que é a válvula mitral?

Antes de tudo, precisamos entender o que é a válvula mitral. De forma geral, dá para dizer que ela é responsável por separar o átrio esquerdo do ventrículo esquerdo do nosso coração.

Ou seja, a válvula mitral é uma das quatro válvulas presentes no coração. Ela fica entre a câmara superior esquerda do coração (átrio esquerdo) e a câmara inferior esquerda (ventrículo esquerdo).

Sua função é abrir e fechar para garantir que o sangue flua na direção correta. Também é conhecida como válvula atrioventricular esquerda.

As válvulas do coração. — Foto: Domínio Público/Wikimedia

As válvulas do coração. — Foto: Domínio Público/Wikimedia

Gustavo Ieno Judas, cirurgião cardiovascular da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, explica que o prolapso da válvula (ou valva) mitral é uma condição que faz com que a estrutura fique excessivamente flexível, a ponto de não se fechar adequadamente.

Como a função da válvula é evitar que o sangue retorne quando o ventrículo bombeia o sangue para o organismo, no prolapso da válvula mitral, uma quantidade específica de sangue, dependendo da gravidade do quadro, acaba retornando ao átrio esquerdo, deixando de ser impulsionada para o organismo.

Isso acontece porque a válvula mitral atua como uma válvula de retenção, fechando-se por meio de duas estruturas chamadas cúspides, anterior e posterior. Essas estruturas funcionam como portas que se abrem e fecham durante o ciclo cardíaco (veja o vídeo abaixo do Bem Estar).

Assim, quando há o prolapso, uma parte dessas estruturas ultrapassa o ponto de fechamento, permitindo o retorno do sangue e originando o prolapso na válvula.

3. Quais são as causas do prolapso da válvula mitral?

Segundo Adenalva Beck, cardiologista do Hospital Sírio-Libanês em Brasília, as causas do prolapso da válvula mitral, na maioria das vezes, são de origem genética. Isso significa que membros da família que apresentam prolapso aumentam o risco de outros familiares também desenvolverem a condição.

No entanto, é importante ressaltar que a presença do prolapso em um membro da família não garante necessariamente que outros também terão, mas há um aumento no risco.

Além da predisposição genética, o prolapso da válvula mitral pode estar associado a outras doenças genéticas, como a síndrome de Marfan, caracterizada por fragilidade do tecido conjuntivo (tecido de conexão), e outras síndromes do tecido conjuntivo que são hereditárias.

4. Quais são os sintomas mais comuns do prolapso da válvula mitral?

De acordo com o NHS, o serviço de saúde britânico, muitas pessoas com prolapso da válvula mitral NÃO apresentam sintomas, e a condição costuma ser apenas identificada durante um exame cardíaco (ecocardiograma) realizado por outros motivos.

Apesar disso, o prolapso da válvula mitral, em alguns casos, pode provocar:

  • tonturas;
  • falta de ar;
  • cansaço;
  • batimento cardíaco irregular (arritmia) ou palpitações perceptíveis;
  • regurgitação mitral.

“Esses sintomas não são específicos dessa condição, podendo ser possíveis em várias outras patologias cardiológicas. Por isso é necessária a complementação com exames”, alerta César Jardim, cardiologista e diretor clínico do Hcor.

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