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governo de Goiás rebateu as declarações do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello de que teria pedido o fechamento do Hospital de Campanha de Águas Lindas de Goiás, como ele alegou em depoimento nesta quinta-feira (20) aos senadores da CPI da Covid. A unidade custou R$ 10 milhões, funcionou por quatro meses, entre 5 de junho e 22 de outubro do ano passado, e atendeu 771 pacientes com coronavírus.
A Secretaria Estadual de Saúde (SES) de Goiás reforçou, nesta quinta-feira, que a decisão de fechar a unidade médica foi do Ministério da Saúde. A pasta, inclusive, alega que solicitou duas vezes para que o hospital funcionasse até dezembro do ano passado, mas que o pedido foi negado pelo governo federal.
Por sua vez, o ex-ministro disse que não mandou fechar o hospital e que o pedido partiu do governo goiano ao responder a pergunta do senador Alessandro Vieira (Cidadania), de Sergipe, que repetiu o questionamento por três vezes.
“Nós não mandamos fechar nenhum hospital. Isso aí veio pela própria demanda do estado. Mas mandar fechar, nós nunca mandamos. Nunca”, respondeu o general.
O senador sergipano rebateu que o governo goiano pediu por duas vezes que a unidade de saúde funcionasse por mais tempo, mas que não foi atendido pelo Ministério da Saúde. Pazuello disse que desconhece os pedidos.
“Posso verificar. Não tenho esse dado para o senhor”, retrucou o ex-ministro.
Em 25 de março deste ano, o governador Ronaldo Caiado (DEM) contou em entrevista à TV Anhanguera que o Ministério da Saúde alegou, à época, que a estrutura da unidade não suportaria mais tempo além do previsto.
“Ela tem um período de durabilidade. Essa foi a alegação final deles. Em meados de outubro passado, eles solicitaram que nós tirássemos os últimos pacientes daquele hospital”, disse Caiado.
Hospital de Águas Lindas de Goiás é desativado — Foto: Danilo Moreira/TV Anhanguera
Em março deste ano, que foi considerado o pior mês da pandemia em relação a números de mortos e contaminados em Goiás, as Defensorias Públicas da União e de Goiás entraram com uma ação pedindo a reabertura do hospital.
Em 22 março, uma estudante de 20 anos morreu de Covid-19 à espera de leito de UTI em Luziânia, cidade próxima a Águas Lindas de Goiás.
Em abril, o pedido das defensorias foi negado pela Justiça Federal, que alegou que o estado instalou outros hospitais e tinha mais de 900 leitos.
O hospital foi anunciado no dia 7 de abril de 2020 e concluído no dia 23 do mesmo mês. Ele foi o primeiro a ser construído pelo governo federal no Brasil. Porém, ele só foi transferido ao governo goiano um mês depois.
A estrutura foi inaugurada no dia 5 de junho, com a presença do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o governador Ronaldo Caiado (DEM). No dia 14, a primeira paciente foi transferida para a unidade. Após quatro meses de funcionamento, ele foi desativado, em outubro de 2020.
Durante o tempo de funcionamento, o hospital, que tinha 200 leitos, recebeu 771 pacientes. Destes, 480 se recuperaram da doença e 254 morreram. Durante o processo para desativação, 37 pacientes que ainda estavam internados foram transferidos para outras unidades de saúde.
Interior do hospital de campanha de Águas Lindas de Goiás — Foto: Divulgação Ministério da Infraestrutura/Alberto Ruy