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Ginecologista é indiciado por violação sexual mediante fraude contra pacientes em Abadiânia - Luziânia

Ginecologista é indiciado por violação sexual mediante fraude contra pacientes em Abadiânia

A Polícia Civil indiciou nesta sexta-feira (15) o ginecologista Nicodemos Júnior Estanislau Morais, de 41 anos, por violação sexual mediante fraude contra quatro pacientes em Abadiânia, no Entorno do Distrito Federal. Ele também é investigado por crimes sexuais contra mais de 50 mulheres em Anápolis. O médico está preso e alega inocência. Ele disse que comentários feitos a pacientes em redes sociais eram “brincadeira”.

Os crimes ocorreram entre julho e setembro deste ano durante atendimentos médicos em uma clínica de Abadiânia. “São quatro vítimas que foram individualizadas. Com a finalização do inquérito, foi pedido a manutenção da prisão preventiva do investigado”, disse o delegado Rosivaldo Linhares.

A defesa do médico informou que ainda não tem conhecimento do indiciamento.

O médico está preso no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia. Além de violação sexual mediante fraude, o ginecologista é investigado em Anápolis por importunação sexual e estupro de vulnerável.

Prisões

Nicodemos Júnior foi preso pela primeira vez em 29 de setembro, após denúncia de três vítimas de Anápolis. Depois, mais de 50 mulheres registraram ocorrência. Ele foi solto em 4 de outubro após decisão da Justiça e era monitorado por tornozeleira eletrônica.

Porém, mais vítimas de Abadiânia registraram ocorrência e ele foi preso novamente em 8 de outubro.

O Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego) interditou o registro dele por seis meses, podendo ser prorrogado por igual período.

Relatos de pacientes

As pacientes relatam diversos tipos de comportamentos e comentários com conotações sexuais por parte do ginecologista. Uma das vítimas disse que, durante uma consulta no ano passado, o médico elogiou seus olhos e também o órgão sexual. Em seguida, perguntou sobre sua relação sexual com o marido.

“Eu fiquei congelada e ele fazendo manipulações, isso tudo com os dois dedos introduzidos na minha vagina. Eu não consegui nem respirar no momento. É uma situação que a gente nunca espera que vai acontecer”, contou.

Outra paciente relata que foi abusada pelo ginecologista durante o atendimento. Ela decidiu falar sobre o caso após a prisão do suspeito.

“Ele teve conversas inadequadas, me mostrou sites obscenos, brinquedos eróticos e tocou em mim não da forma que um ginecologista deveria tocar. Quando ele colocou minha mão na parte íntima dele, sabe?”, disse a paciente, que não quis se identificar.

Entre as denúncias, também está a da aromaterapeuta Kethlen Carneiro, de 20 anos, que procurou a Polícia Civil para relatar que foi abusada por ele quando ainda tinha 12 anos. Durante o atendimento, segunda ela, o médico sugeriu a leitura de material pornográfico.

“Ele veio me falar que eu podia começar a me masturbar. Me mostrou histórias em quadrinho pornô e vídeos. Me mandando os links e quais eu podia assistir. Depois levantou, pegou minha mão e colocou nele, na parte íntima dele”, disse.

Em conversa por uma rede social, outra paciente pede informações ao ginecologista sobre o uso do anel vaginal, um método contraceptivo. Em um momento, ela pergunta se ele não atrapalha a relação sexual e se o parceiro não o sentiria. O médico, então, responde:

“Bom, minha namorada já usou e eu não percebi diferença alguma. Posso testar kkk. Brincadeira”.

‘Brincadeira’

Pacientes revelaram à polícia conversas que tiveram com o médico em redes sociais e no consultório onde atendia. Segundo elas, muitas tinham cunho sexual, como “transar fortalece amizade” ou “faz o bronzeamento e me mostra”.

Nicodemos Júnior nega que as assediou. Ele disse que comentários em aplicativos de mensagens eram “brincadeira” e admitiu que isso foi um erro.

“É muito complexo. Eu brinco com algumas coisas. Às vezes, nisso, eu pequei, realmente. (…) Mas, nunca, em nenhum momento, eu toquei em uma paciente com objetivo de ter prazer sexual ou de fazer ela ter um prazer sexual, porque o objetivo ali é o exame físico”, disse.

“Muitas vezes, elas falam, ‘olha, doutor, eu fiz alguma coisa assim, será que vai acontecer alguma coisa?’. Um erro meu, concordo, brinco no WhatsApp, comento alguma coisa de uma forma inadequada. Concordo que eu fiz isso, nisso eu estou errado”, admitiu.

Fonte: G1

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