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Aguardado há semanas por milhões de brasileiros, o novo auxílio emergencial começa a ser pago na próxima terça-feira. O benefício será concedido a 40,4 milhões de pessoas em quatro parcelas que variam de R$ 150 a R$ 375. E o primeiro pagamento ocorrerá entre 6 e 30 de abril pelo aplicativo Caixa Tem.
O calendário de pagamentos do novo auxílio emergencial foi divulgado ontem pelo governo federal e segue a mesma lógica do ano passado. Ou seja, é escalonado de acordo com o mês de aniversário do trabalhador. O planejamento do governo prevê o depósito do auxílio na poupança social digital,m que pode ser movimentada pelo aplicativo Caixa Tem. O saque em dinheiro só estará liberado após algumas semanas. O objetivo é evitar filas e aglomerações nas agências bancárias e nas casas lotéricas, segundo o presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães.
“Todo o calendário tem esse racional de pagar o mais rápido possível, com o menor número de aglomeração possível”, destacou Guimarães. Ele garantiu, ainda, que mais da metade do público do auxílio emergencial já usa o recurso de forma digital, pois tem acesso ao Caixa Tem desde o ano passado. Além disso, o aplicativo permite o pagamento de contas e a realização de compras, virtuais ou presenciais. Por essa razão, o governo estima que poucos brasileiros aguardarão o período dos saques em dinheiro para usar o benefício, reduzindo assim a movimentação nas agências da Caixa nos dias de pagamento.
O cronograma do novo auxílio emergencial, no entanto, não prevê depósitos e saques em todos os dias da semana, nem nos sábados, como ocorreu no ano passado. Há um espaçamento, geralmente de dois dias, entre um pagamento e outro. Segundo Guimarães, a medida tenta estimular o uso digital do auxílio antes do saque em dinheiro. Por isso, apesar de prever quatro parcelas, o novo auxílio emergencial será pago ao longo de cinco meses.
De acordo com o calendário apresentado, a primeira parcela do novo auxílio emergencial será paga entre 6 e 30 de abril e terá os saques autorizados entre 4 de maio e 4 de junho. Por isso, a segunda parcela só começa a ser depositada em 16 de maio — 40 dias depois da primeira parcela — e vai até 16 de junho pelo Caixa Tem, com saques em dinheiro entre 8 de junho e 8 de julho. A terceira parcela fica, então, para o período entre 20 de junho e 21 de julho, com saques entre 13 de julho a 12 de agosto. E a quarta parcela, que inicialmente seria paga no mês de julho, vai ser depositada só a partir de 22 julho, estendendo-se até 23 de agosto, com os saques sendo liberados entre 13 de agosto e 10 de setembro.
O cronograma completo de pagamentos pode ser consultado no site do auxílio emergencial, mantido pela Caixa, e também no portal do Correio. Porém, vale apenas para os brasileiros que pediram o auxílio emergencial por meio do aplicativo do programa ou pelo CadÚnico. É que os beneficiários do Bolsa Família que têm direito ao auxílio vão receber o recurso no mesmo dia em que receberiam a ajuda familiar. Eles não vão precisar esperar para fazer o saque, pois o auxílio poderá ser movimentado pelo Caixa Tem ou sacado no mesmo dia do pagamento. Os pagamentos do Bolsa Família vão de 16 a 30 de abril. “É fundamental organizar por mês de nascimento, para reduzir aglomerações e filas, e manter o calendário do Bolsa Família, que já é utilizado há mais de 15 anos e todas pessoas conhecem”, explicou Guimarães.
Os beneficiários do Bolsa Família vão receber o auxílio emergencial se tiverem direito a uma ajuda de menor valor no Bolsa. É importante lembrar, contudo, que o auxílio emergencial terá valores diferentes neste ano. O auxílio vai garantir R$ 250 para a maior parte das famílias, mas será de apenas R$ 150 para quem mora sozinho e vai chegar a R$ 375 para as mulheres chefes de família. O presidente Jair Bolsonaro reconheceu, ontem, que o valor é baixo.
“Não é dinheiro que estava no cofre. Isso pesa para todos nós. É uma conta que fica para nós e, talvez, para as futuras gerações também”, disse o presidente, ontem, na cerimônia de apresentação do calendário de pagamento do auxílio emergencial, no Palácio do Planalto. Ministro da Cidadania, João Roma Neto lembrou que, ao todo, o auxílio emergencial vai custar R$ 44 bilhões, conforme fixou a PEC Emergencial. Porém, garantiu que o novo auxílio é “um alento” que vai ajudar “mais de 40 milhões de famílias que passam por uma situação sofrida nesse momento”.
Para a catadora Maria Lourdes da Conceição, 59 anos, o auxílio emergencial vem em boa hora, apesar do valor menor. Ela diz que só ganha R$ 300 por mês com o trabalho. Por isso, atrasou as contas de casa quando parou de receber o auxílio emergencial, em dezembro. “O novo auxílio me ajudaria bastante, principalmente na compra de alimentos, além de outros itens em casa”, descreveu. A diarista Maria Lucia da Silva, 34, sem trabalho por conta da pandemia de covid-19, também respira com um pouco de alívio. “(O auxílio) vai ajudar nas despesas domésticas, especialmente, na compra de comida para meus três filhos”, disse.
Fonte: CB