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Bares, distribuidores de bebidas e restaurantes estão proibidos de vender bebidas alcoólicas entre 22h e 6h, a partir desta terça-feira (26), conforme decreto publicado pelo governo de Goiás como medida para conter o aumento de novos casos de coronavírus no estado.
O documento diz que a restrição é para comércio e consumo de bebidas alcoólicas em locais de uso público e coletivo em Goiás. A fiscalização ostensiva fica a cargo da Polícia Militar e da Vigilância Sanitária.
O descumprimento da norma vai ser penalizada com multa, interdição do estabelecimento e cancelamento do alvará sanitário, de acordo com o texto. O valor da multa é aplicado pela autoridade sanitária municipal.
O governo disse que 141 prefeitos votaram na enquete que propôs a medida e 95,7% são favoráveis, incluindo Goiânia e Aparecida de Goiânia.
Para a superintendente de Vigilância em Saúde, Flúvia Amorim, os bares são os locais de maior risco de contágio. Por isso, o governo decidiu discutir com os municípios a adoção da Lei Seca.
“As pessoas se aglomeram e retiram a máscara. Quando tem bebida alcoólica, a pessoa fica mais tempo no local. Essa seria medida a restritiva [Lei Seca] para evitar aglomerações”, avaliou Amorim.
Apesar do aumento de casos nos últimos dias, o governador Ronaldo Caiado (DEM) disse que a Lei Seca é a única medida a ser tomada neste momento.
“No primeiro momento, o que foi detectado pela saúde e pela área epidemiológica foi principalmente este fator que provoca o maior percentual de disseminação, que são os bares, eventos, boates e similares”, destacou Caiado.
A proposta da Lei Seca foi colocada em votação por meio de uma enquete na segunda-feira (25). De acordo com o governo, a maioria dos prefeitos goianos apoia a medida.
A principal preocupação apresentada por prefeitos durante a videoconferência é a taxa de ocupação dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) nos hospitais municipais e estaduais. Os prefeitos de Itumbiara, Porangatu, Jataí, Luziânia e Formosa informaram que todos os leitos estavam ocupados na segunda-feira.
Como a taxa de ocupação dos leitos de UTI em Goiânia está próxima a 80%, o secretário de Saúde da capital, Durval Fonseca Pedroso, informou que foram acrescentados mais 28 leitos exclusivos para a Covid-19 na última semana.
Para o governador Ronaldo Caiado (DEM), a crescente taxa de ocupação na rede hospitalar pública pode se agravar sem a adoção de medidas restritivas.
“Estamos naquele limite. A transmissibilidade [da Covid-19] tem sido alta. A letalidade tem mantido o percentual de 2% e também temos a preocupação com finais de semana e eventos. Não podemos ter uma oscilação para mais nesse quadro que estamos vivendo agora”, destacou o governador.
O balanço sobre os casos de coronavírus da Secretaria Estadual de Saúde desta terça-feira mostra que 342.816 pessoas já foram infectadas e 7.318 morreram por complicações causadas pelo vírus. Nas últimas 24 horas, a secretaria registrou 2.706 novos infectados e 23 mortes.
Flúvia Amorim destacou um estudo da Universidade Federal de Goiás (UFG) que mostra que a segunda onda da Covid-19 chegou ao estado. Para a superintendente, o temor é que este momento seja pior que o primeiro, como tem sido visto em outros estados, apontando o exemplo do Amazonas, que entrou num colapso da rede pública de saúde.
O estudo separou 10 cidades goianas que apresentam grau elevado de transmissibilidade da doença. Flúvia Amorim explica que os municípios que têm taxa média de contágio acima de 1 ponto estão com a transmissão do vírus em estágio “acelerado”. Então, cada caso positivo gera mais um. Veja abaixo:
Fonte: G1