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Os 235 pacientes de Manaus que deverão ser transferidos para hospitais de outros estados começaram a ser levados em voos da Força Aérea Brasileira (FAB) na manhã desta sexta-feira (15). O Ministério da Defesa informou que há voos programados ainda hoje para Maranhão, Piauí, Rio Grande do Norte e Paraíba. Hospitais de Goiás, Pernambuco, Ceará e Distrito Federal também deverão receber pacientes.
As transferências ocorrem em meio ao colapso do sistema de saúde amazonense, após recorde das internações por Covid-19 e com uma nova variante do coronavírus circulando no estado (leia mais ao final da reportagem).
Hospitais do estado ficaram sem oxigênios para pacientes. O G1 registrou nesta quinta-feira (14) cenas de médicos transportando cilindros nos próprios carros para levar ao hospital e familiares tentando comprar o insumo. Cemitérios estão lotados e instalaram câmaras frigoríficas.
De acordo com o Ministério da Saúde, as transferências dos pacientes do Manaus ocorrerão por via aérea, com duas aeronaves da FAB, e já estão garantidos de imediato 149 leitos. São 40 em São Luís (MA), 30 em Teresina (PI), 15 em João Pessoa (PB), 10 em Natal (RN), 20 em Goiânia (GO), 4 em Fortaleza (CE), 10 em Recife (PE) e 20 no Distrito Federal.
No início da manhã desta sexta, nove pacientes embarcaram no primeiro voo da FAB, que partiu da Base Aérea de Manaus para Teresina, como informou o Comandante da Ala 8 da Base Aérea de Manaus, Brigadeiro do Ar Luiz Guilherme da Silva Magarão. Inicialmente, 13 passageiros seriam transferidos, mas quatro estavam instáveis e não puderam viajar.
“A operação aqui com os passageiros envolveu a preparação da aeronave, que é um C-99, para que ela ficasse com oxigênio disponibilizado, e isso limitou a capacidade da aeronave para até 15 pacientes. A operação é delicada, por isso demorou quase uma hora para que a gente conseguisse fazer o embarque dos pacientes nessa missão”, disse Magarão.
Segundo a Secretaria Estadual de Saúde do Amazonas, os primeiros pacientes saíram dos Hospitais e Prontos-Socorros (HPS) 28 de Agosto e Platão Araújo para receber atendimento no Hospital Universitário da Universidade Federal do Piauí (UFPI), em Teresina. Um segundo grupo de 15 pacientes deve ser encaminhado para São Luís, no Maranhão, também nesta sexta-feira.
Os governos federal e do estado não detalharam quantos serão os voos para transferir os pacientes e nem quantos dias esta operação deverá durar.
Manaus voltou a bater o recorde de internações diárias. Nesta quinta-feira (14), foram 254 novas hospitalizações na capital, número mais alto registrado no estado desde o início da pandemia – mesmo com o colapso na rede de saúde vivido entre abril e maio de 2020. Outras quatro internações foram registradas no interior do estado, fazendo o total de casos chegar a 258 no estado.
O total de casos confirmados da doença no estado desde o início da pandemia chegava a 223.360 nesta quinta, segundo dados do boletim divulgado pela Fundação de Vigilância em Saúde (FVS). O número de mortes é de 5.930.
A partir desta sexta-feira (15), o Amazonas iniciou toque de recolher por 10 dias como tentativa de conter a propagação do vírus. Ninguém pode sair de casa entre 19h e 6h.
Na madrugada desta sexta, dois aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) carregados com cilindros de oxigênio chegaram a Manaus. Os voos partiram de Guarulhos, na Grande São Paulo, para ajudar na crise de saúde que assola o estado do Amazonas.
No total, 386 cilindros de oxigênio foram transportados, com mais de 18 toneladas. Eles serão utilizados pelos hospitais do estado no atendimento aos pacientes da Covid-19.
Uma nova variante do coronavírus que causa a Covid-19 foi encontrada no Amazonas, segundo informações divulgadas pela Fiocruz Amazônia. Trata-se da mesma variante identificada no Japão após viajantes do país passarem pelo estado brasileiro.
A variante também foi responsável pela reinfecção de uma paciente de 30 anos que mora em Manaus e já se recuperou da doença.
Essa nova variante carrega mutações que já foram associadas à maior transmissão, mas ainda não é possível afirmar se ela é mais transmissível ou não. Essas mutações na proteína Spike do vírus chamam mais atenção justamente porque elas podem afetar a transmissão do vírus, aumentando ou diminuindo.
Fonte: G1